terça-feira, 26 de julho de 2016

ARTIGO SAÚDE Planos mais baratos, SUS desafogado


ARTIGO SAÚDE

Planos mais baratos, SUS desafogado


*Cadri Massuda

Recentemente, o ministro da saúde, Ricardo Barros, defendeu a criação de planos de saúde mais baratos como forma de reduzir a demanda do Sistema Único de Saúde (SUS). Essa solução surgiu em um momento de crise e falta de recursos na área da saúde. A estratégica, embora tenha gerado muita polêmica e críticas, é viável e pode ajudar a tirar essa pressão atual do sistema público de saúde e melhorar os serviços oferecidos à população.

Hoje, o SUS atende cerca de 150 milhões de pessoas e a medicina suplementar aproximadamente 50 milhões. Entretanto, o total investido pelos planos de saúde é maior dos que o do SUS. Entre os problemas que encarecem os custos dos planos estão a inflação médica, que em geral, é o dobro da inflação; a medicina cada vez mais cara com o surgimento de novas tecnologias; medicamentos de última geração como os quimioterápicos, monoclonais ou terapia gênica; e o envelhecimento da população. Para que os planos de saúde possam ser mais baratos e assim atender uma maior parcela da sociedade, o governo propôs diminuir a lista de serviços obrigatórios.

Baixar o custo dos planos de saúde é possível, mas requer algumas medidas. Calcula-se que é possível diminuir o valor cobrado em até 30%. Para isso, são necessárias algumas adequações no atendimento, além de uma campanha de educação para que exista mudança na forma como a população enxerga o papel dos planos de saúde. Hoje, o que ocorre é a necessidade de ter um plano voltado ao problema pré-existente, isto leva a seguinte conclusão: o plano ao invés de ser voltado à saúde acaba em grande parte sendo voltado à doença, portanto é preciso estimular que pessoas saudáveis também procurem ter plano de saúde como opção de cuidados para o futuro.

Alguns entraves dificultam as mudanças que realmente são capazes de resultar em diminuição de custos. Uma delas é a legislação atual, que não permite bonificação por uso dos serviços, a exemplo do que existe com os seguros de carro. A bonificação poderia ser um estímulo tanto para a utilização racional do serviço de saúde – consultas e exames – quanto para beneficiar usuários que sigam programas de prevenção, como cuidados alimentares, exercícios e eliminação de vícios. Essas são formas de diminuir, efetivamente, os gastos e os custos.

Uma mudança na forma como os reajustes são autorizados pela Agência Nacional de saúde (ANS) também é necessária. É preciso permitir reajustes conforme a sinistralidade. Isso poderia estimular as operadoras a comercializarem planos familiares. Os reajustes autorizados pela ANS ao setor estão aquém da inflação médica, o que faz com que a maioria das empresas opte por não comercializar esse tipo de produto. Ao mesmo tempo, outra medida interessante seria a flexibilização de contratos. Isso significa possibilitar novas opções de planos de saúde conforme a necessidade da região do país.

Outra forma de otimizar o serviço é estimular uma prática que ainda é vista com ressalva pelos segurados que tem plano de saúde,  é a figura do médico de família ou médico gestor. Esse profissional seria o responsável pelo atendimento e encaminhamento dos pacientes, somente quando necessário. Isso evitaria consultas, exames e até tratamentos desnecessários. A Medicina de Família é largamente utilizada com ótimos resultados em diversos países, como Inglaterra, Canadá e Espanha.

Com essas mudanças de paradigmas e atitudes é possível oferecer planos de saúde com valores mais baixos e aumentar a gama de usuários, fazendo com que o serviço deixe de ser acessível apenas aos grupos de classe média e alta. A popularização dos planos é uma saída para a crise do setor de saúde pública, desafogando o SUS e oferecendo um atendimento de qualidade à população.

*Cadri Massuda é presidente da Abramge PR/SC – Associação Brasileira de Planos de Saúde
Nota do editor
Primeiro o termo inflação médica é mau usado e conota que os médicos é quem são os culpados devido altos salários de ser tão caro a saúde complementar, não verdade, os medicamentos são muito mais caros e a mensalidade todos os meses.
Quando começou o Plano de Saúde, havia plano para todos, quem começou a elitizar os planos foram justamente as Grandes empresas geradoras de seguros e planos de saúde que foram englobando as pequenas. Isso ocorre até hoje. Tanto que a Unimed era um nada, pequena sala na av. Brasil e hoje em Belo Horizonte, detém mais de três prédios equipado e com autorização de funcionar como hospital cresceu e sofreu revés recente em São Paulo e Rio de Janeiro, mas continua forte em Minas Gerais.
O SUS - Sistema Único de Saúde, é Lei Constitucional, se o ministro e outros fãs desse plano não sabe. Não pode ser mudado, Lei 196 a 204 onde fala que a Saúde é um Dever do Estado e um Direito do Cidadão. Portanto, deve se aperfeiçoar o SUS e investir o dinheiro que é surripiado pelos políticos, o dinheiro de altos salários para magistrados e funcionários aspones. Portanto, uma coisa não tem nada a ver com a outra. O povão sempre vai precisar da Assistência médica "gratuita" pois paga imposto alto nos alimentos e tudo quanto consome e ganha salário mínimo ou salário e meio, portanto não dá nem para sobreviver dentro do país inflalcionado e construído cada vez mais como queria o Lula paz e amor para a classe média e classe média alta.
Volta a lembrar, acompanhei de perto a implementação de Plano de Saúde no Brasil, desde a Golden Cross em São Paulo, usada por pessoas ricas, com cobertura de cirurgias e tudo mais. Até a implantação na década de 80 para 90 de planos populares. Era comum se ter planos de saúde onde se pagava uns R$ 30,00 por mês. Hoje acha um com esse valor, mas não tem direito a quase nada, sequer uma consulta no mês. E, o mais engraçado as corretoras eram pequenas e lucravam com os planos e vendiam bem.Leia e sempre que possível deixe seu comentário. Obrigado Marcelo Editor e jornalista - MTb 16.539 SP/SP

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