terça-feira, 26 de julho de 2016

WEB DOCUMENTÁRIO DISCUTE BOAS PRÁTICAS NO COMBATE AO DESMATAMENTO

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Resultado do evento “Diálogos Transformadores”, filme apresenta debate entre especialistas para propor soluções ao tema

“Durante séculos, o Brasil viu as florestas como um empecilho para o desenvolvimento. Olhá-la como uma fonte de possibilidades é uma grande mudança que está acontecendo atualmente”. Com essa frase, Ana Cristina Barros, da Ong The Nature Conservancy e ex-secretária de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, iniciou o web documentário “Boas Práticas no Combate ao Desmatamento no Brasil”. O filme é resultado do projeto Diálogos Transformadores, iniciativa do jornal Folha de São Paulo realizado em parceria com a Unilever e a organização Ashoka, que discutiu os desafios e caminhos para o combate ao desmatamento no Brasil.

O debate, que reuniu líderes ambientais e especialistas de diferentes áreas com mediação da jornalista Eliane Trindade, discutiu a questão do desmatamento brasileiro no contexto atual. Entre os principais desafios apresentados estão a expansão do agronegócio e a preservação da natureza, a relação homem floresta associada ao manejo sustentável em diferentes biomas, as políticas públicas relacionadas ao tema e o papel da sociedade. Empreendedores sociais completaram a discussão trazendo iniciativas práticas que alinham geração de renda e proteção do meio ambiente.

O material completo está disponível em: 

Progresso e preservação
Jerônimo Villas-Bôas, fundador do Kambôas Socioambiental, que incentiva o cultivo de abelhas, atividade que depende da floresta em pé, explica que hoje a grande causa do desmatamento no Brasil, muito mais do que a exploração da madeira para diferentes usos, é o sistema agrícola voltado para produção de alimento. No entanto, afirma Ana Cristina, o país pode continuar a ser uma potência do agronegócio e expandir a sua produção sem precisar derrubar mais nenhuma árvore.  A produtividade por hectare, seja de agricultura ou pecuária, é cada vez maior graças aos avanços realizados.

A sociedade também tem o papel de demandar do governo e das empresas que os compromissos assumidos sejam praticados, além de ser um agente da mudança. Iniciativas locais também contribuem para mudar o cenário atual. A Associação Caatinga, que trabalha há 17 anos buscando melhorar a relação homem-caatinga na prática, e o O ‘Pocket Forest, iniciativa criada por Ricardo Cardim, botânico e fundador da Amigos das Árvores de São Paulo, um método de reflorestamento no meio urbano, foram dois casos inspiradores apresentados no debate. ‘”A ideia é trazer de volta a floresta nativa, na forma de ilhas para que nossos filhos possam experimentar o sabor de um araçá, ver uma embaúba, criar uma nostalgia com aquilo e entender a importância para sua vida e para o futuro”, diz Ricardo.

O país é mais de 60% florestado: praticamente 80% da Amazônia e 54% do cerrado ainda estão em pé. “É o único no mundo que não fabrica papeis oriundos de uma floresta nativa, natural” exemplifica Elizabeth de Carvalhaes, presidente da Ibá (Indústria Brasileira de Árvores), entidade que representa a cadeia produtiva de florestas plantadas. A lei brasileira prevê que para cada um hectare plantado, é preciso ter 20% de preservação de florestas naturais. A indústria tem 7,5 milhões de hectares de florestas plantadas e outros 5,5 milhões de hectares preservados além do exigido pela legislação. No entanto, 30% de toda a energia consumida é de origem lenhosa, dos quais 90% de extração de lenha clandestina.

Sergio Leitão, fundador do Instituto Escolha, estimou o investimento necessário para recuperar o que já foi desmatado: R$ 52 bilhões que poderão gerar mais de 225 mil empregos e uma arrecadação de R$ 6 bilhões de impostos.

Outros caminhos e práticas foram apresentados durante o debate, que poder ser visto no web documentário “Boas Práticas no Combate ao Desmatamento no Brasil”. O encontro resultou também em um material de apoio que reúne, além do ponto de vista de cada participante, dados de institutos e pesquisas que fundamentam e contextualizam o tema de forma simples e esclarecedora. Ambos estão disponíveis na página do Empreendedor Social da Folha de São Paulo.
 
eia e sempre que possível deixe seu comentário. Obrigado Marcelo Editor e jornalista - MTb 16.539 SP/SP

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