O
jejum intermitente vem ganhando cada vez mais popularidade. Mas afinal,
existem fundamentos científicos para esta dieta? De acordo com a
literatura, a definição para o jejum intermitente é, “estratégia que
envolve a restrição total ou parcial do consumo de energia (restrição
que varia de 25 a 100%)”.
Isso
deu origem a alguns métodos pores. Dra. Viviane Christina de
Oliveira endocrinologista e metabologista da Clinica, explica
que todas as vertentes da dieta apresentam momentos cíclicos de jejum e
de refeições, uns mais longos do que os outros. Quando se pesquisa sobre
o assunto, a maior parte do conteúdo da busca vem de blogs e notícias
populares da internet sobre dietas e emagrecimento.
Sendo este, um
problema, pois falta suporte científico e estudos de boa qualidade
metodológica sobre o assunto. Em 2015 foram publicados 2 estudos, 1 no Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics, e outro no American Journal of Clinical Nutrition,
principais revistas científicas da área de Nutrição. Ambos concluiram
que faltam mais estudos clínicos robustos para comprovar o real
benefício do jejum intermitente na saúde.
No
entanto, existem alguns pequenos estudos que realmente demonstram que o
jejum intermitente provoca melhorias nos seguintes aspectos: saúde
metabólica, desempenho cognitivo, redução da obesidade, redução de
condições ligadas à obesidade como a esteatose hepática (gordura no
fígado) e redução de doenças crônicas como diabetes e câncer.
O
jejum caracteriza-se como um estado em que o corpo, após ficar
determinado tempo sem se alimentar, utiliza mais substratos energéticos
próprios do que aqueles provenientes da dieta. Nesse caso, o organismo
passa, por exemplo, a utilizar a gordura estocada no tecido adiposo ao
invés da gordura ingerida da dieta. Além disso, o corpo passa a usar
como energia a glicose produzida no fígado, e a utilizar de forma mais
intensa o glicogênio muscular e hepático, em detrimento dos carboidratos
provenientes da alimentação. Nessa circunstância, ocorre inclusive o
direcionamento de aminoácidos — os elementos constituintes das
proteínas — para a produção de energia.
“Com
relação aos hormônios, os níveis de insulina no sangue caem
significativamente, o que facilita a queima de gordura. E os níveis
sanguíneos do hormônio do Crescimento hGH podem aumentar até cinco
vezes. O jejum é potente estímulo para sua produção e seus níveis mais
elevados facilitam a utilização e “queima” de gordura bem como favorece o
aumento da massa muscular; e tem inúmeros outros benefícios.” Explica a
endocrinologista.
O
jejum intermitente não deve ser indicado e seguido sem orientação.Pois
pode aumentar os níveis de stress e atrapalhar o sono. Desidratação e
fome são sintomas comuns desta dieta e podem causar dores de cabeça. Um
fator preocupante são distúrbios, ou compulsão alimentar, desencadeados
pelo processo - algumas pessoas usam esse tipo de dieta para justificar
erros alimentares: passam o dia todo sem comer e na sua refeição livre
come de tudo, inclusive alimentos não saudáveis.
Dra. Viviane Christina de Oliveira
Graduada em medicina pela Universidade de Joinville, Santa Catarina - UNIVILLE
Especialização em Endocrinologia e Metabologia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ
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O
Jejum intermitente é contraindicado para pessoas que estão abaixo do
peso, com idade inferior a 18 anos, mulheres grávidas ou em fase de
amamentação, pessoas com diabetes tipo 1 que usam insulina, pessoas com
distúrbios alimentares e idosos.
Dra.
Viviane explica que os 2 artigos de revisão deixam claro que o jejum
intermitente pode ser promissor para o emagrecimento e melhora da saúde
metabólica para aqueles que conseguem se adaptar ao jejum. Porém, dados
atuais não permitem afirmar, que isto seja uma condição para todos.Leia e sempre que possível deixe seu comentário. Obrigado Marcelo Editor e jornalista - MTb 16.539 SP/SP
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